DINAHÍ
A contribuição cultural da sociedades indígenas do brasil é importante para a sociedade contemporânea, pois muitos estudos revelam que a vida e os costumes dos índios brasileiros tornam-se fonte de referências básicas para antropólogos e historiadores.As lendas brasileiras possuem significados que revelam uma rede de mistérios ainda ocultos e que devem ser apresentados e revelados com atenção.
"Dinahí" é um espetáculo de dança cotemporânea que tem como fonte de inspiração a lenda da Iara - Mãe d'água, constatando toda beleza e força da mulher das lendas indígenas e, simultaneamente, relacionado-a com a mulher contemporânea.
LENDA DINAHÍ
Mãe-D'água
A Mãe-d'água é a sereia das águas
amazônicas. Dotada de indescritível beleza e canto maravilhoso, a Mãe-d'água
encanta os pescadores que passam muito tempo sozinhos a navegar. Muitos deles
não resistem ao seu delicioso canto e à sua beleza estonteante. Esses são
levados pela visagem para morar com ela nas profundezas das águas onde
desaparecem. A maioria nunca mais volta para suas famílias. A Mãe-d'água habita
as águas doces. Rios e igarapés são os seus domínios. Por isso, quem sai para
pescar em horas mortas pode incomodar a mãe d'água que facilmente se melindra e
encanta o invasor castigando-o com uma febre alta que nenhum médico dará jeito.
A cultura indígena trás algumas versões para a origem da lenda. Uma delas
refere-se à história de uma índia chamada Dinahí, que impressionava a todos da
tribo dos Manau por sua coragem. A índia era mais valente do que muitos homens
da tribo. Isso começou a causar inveja entre os guerreiros da tribo, que
passaram a persegui-la de todas as formas. Numa noite, dois irmãos de Dinahí
tentaram matá-la durante o sono, mas não conseguiram porque a índia tinha a
audição mais aguçada do que um felino. Dinahí acordou e para se defender
acabou matando os irmãos. Com medo da
fúria de seu pai, o velho Kaúna, a índia fugiu. Kaúna saiu na noite a perseguir
Dinahí que durante várias luas conseguiu escapar. Mas sozinha e cercada pelos
guerreiros de seu pai acabou sendo capturada. Kaúna ordenou que a filha fosse
jogada nas águas, exatamente no encontro dos rios Negro e Solimões. Nessa hora,
centenas de peixes vieram em socorro da índia guerreira e sustentaram seu corpo
trazendo-o até a superfície. Os raios do luar tocaram a face de Dinahí e a
fizeram se tornar uma bela princesa, com cauda de peixe e de cabelos tão
escuros quanto as águas do rio Negro. A índia guerreira se tornou a Mãe-d'água,
representação da beleza e coragem da mulher da Amazônia.
"Dinahí" é uma realização em parceria do FACCI- Centro de Investigação em Arte e Cultura e da Contem Dança Cia.
FICHA TÉCNICA
Concepção/Direção: Francis Baiardi
Coreografia/Intérprete: Amanda Pinto ou Francis Baiardi
Assistente de Direção: Fabíola Bessa
Assistente de Palco: Huana Viana
Concepção de Figurino e Cenário: Francis Baiardi/Luís Santana
Construção da Cenografia: José Batista
Plano de Luz: Francisco Mendes
Operador de Luz: Alessany Negreiros ou Adam Souza
Operador de Som: Fabíola Bessa
Pesquisa da Trilha Sonora: Francis Baiardi e Cléia Alves
Criação da Trilha Sonora: Cléia Alves
Designer Gráfico: Emerson Silva
Registro Audiovisual: Cléia Alves
Colaboradores de Criação: Cléia Alves e Meireane Carvalho
Produção: FACCI e Contem Dança Cia
Fotos da apresentação de Dinahí em Marselha/França em Le Grenier du Corps 2 no dia 02 de agosto de 2013.
Fotos de Gilbert Ceccaldi e Arte/Tratamento de Cléia Alves